quem sabe eu sequer me engane, quem sabe eu ame.
vai saber do tempo ou coisa que o valha
o que eu sei é da vontade
que não passa, que alastra
que domina e me rebaixa.
em qualquer outrora eu me envergonharia
beberia e na loucura me perderia num outro lábio qualquer,
mas no instante que cresce agora só me faço a desejar você
na outra ponta do sofá
e na sombra vazia da cama
a voz dele cantando na varanda
e a sua na minha alma
já a nossa, essa me manda esperar
e eu obedeço, feito cachorrinho domado,
to te esperando, no portão
e aqui fico sentada, o tempo que for
mas uma hora qualquer, numa estação qualquer
. . .
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