sexta-feira, 27 de março de 2009

- noite amarela ;

Chamei o garçom e pedi que completasse o meu copo com a dose mais forte, alguma que afligisse minha língua, ardesse meus olhos e descesse queimando, tirando, limpando, secando seu gosto em mim.
Eu me lembro, eu falei :
' seu garçom, nem o bom e velho rock me entende mais '
E o olhar dele me consolou por dois segundos, os mais longos da minha vida. Um olhar calado, que disse tudo e eu não ouvi nada, minha preocupação era com o ultimo cigarro e o próximo abraço.
Tomei gim, traguei duas vezes e me esqueci do garçom que também não se lembraria de mim em breve, sentei onde eu podia observar a porta e fiquei esperando quem ia comigo pelo resto da noite, entre canções e paixões, esperar o sol chegar.

Um comentário:

Anônimo disse...

ain, que lindo!

(Nossa, eu queria conseguir escrever tanta coisa de um dia pro outro, rs)