terça-feira, 26 de julho de 2011

- Camarada;

Tinha um sorriso bonito
Que faz tempo eu já nem via
Um abraço novo em que eu cabia
Mas no tempo e na distancia não sentia
A sua confiança me acolhia
Não importava a hora ou o dia


Os dias vão passando devagar
Procurando soluções pra se acostumar
Não tem conforto pra ausência
Nem vai sarar a saudade lá em casa
Mas onde quer que esteja quero que saiba
Que muito amor construíram suas asas



E tudo que eu escrevo agora
É aquela velha história
Do meu camarada
Que eu guardo na memória


Se eu tivesse um bolso mágico 
Só pra guardar a sua dor
Eu pediria bem baixinho e, por favor,
Fica um pouco mais, João, meu bom rapaz?!



sexta-feira, 22 de julho de 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

- Milhas ;

Quando as manhãs estão mais frias
na minha imagem tem um moleton 
com mangas furadas para o dedo aconchegar 
uma caneca de café, o vazio sem cafuné
e os ouvidos são da música que você me pediu pra escutar
enquanto eu tenho vontade de cantar qualquer coisa que encurte a distancia
e te mostre que a esperança não é só o meu lugar.

terça-feira, 1 de março de 2011

- Tomadas;

Odeio quando sua insônia me persegue a noite inteira com aulas de guitarra, 
quando quer dar palpites na minha forma de preparar pizzas, 
quando quer assistir filmes que não sejam os que eu escolhi, 
quando quer me apertar e me convencer de que isso é carinho, 
quando deixa todas as luzes da casa acesa, 
quando se atrasa e quando chega antes de mim. 
Eu odeio. 
Eu odeio quando você me assusta, 
quando você perguntar o porque do porque das coisas bobas, 
quando você diz que as músicas que eu escuto são ruins. 
Odeio seus apelidos carinhosos, e a sua mania de ficar me fazendo dizer que sou sua. 
Odeio quando você arranca pedaços da minha cabeça, 
quando me rabisca, 
quando belisca minhas tatuagens, 
quando puxa minha orelha. 
Odeio quando você derruba todas as coisas, 
entorna tudo por todos os lados, 
larga roupas e instrumentos por qualquer lugar. 
Odeio quando me faz dar opinião sobre coisas indiferentes, sejam roupas, perfumes e penteados ( afinal, qualquer que seja a escolha vai ficar muito bem em você! ). 
Odeio quando você tem vergonha de telefonar, de ir ao bar, de comprar pão. 
Odeio quando você tem ciúmes e me prende por perto. 
Odeio quando você telefona e me acorda pra voltar para internet te fazendo companhia. 
Odeio você ter medo dos filmes de terror e odeio você querer assistir aos filmes de terror. 
Odeio quando você veste minhas roupas. 
Odeio quando você compra primeiro as coisas que achei mais legal.
Odeio como você nunca acorda na hora,
odeio quando quer me obrigar a dormir.
Odeio seu jeito. 
Eu amo muito você.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

- Como nunca;

Menina triste o teu canto é tão solto
que nem chega no ouvido do moço
as tuas notas de amor.

E fazem um baile de tanta agonia e saudade
Desse desespero maldade
que te tirou pra dançar.

Ô menina triste teu amigo é céu
que ainda ocupado te assiste chorar
ficando encantado, bordado de mel

sábado, 19 de fevereiro de 2011

- Debaixo da cama;

Tenho uma cena que te inspira, mas você não respira.
Eu poderia ouvir todos os dias, entre seus pés e cigarros.
Ficou um afeto amargo, tenho reparado nisso.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

- música amanhecendo ;

Tentei te esperar
em tanto relutar
o presente que ganhei.


Mas coração amargo
já tão pobre e machucado
nem se lembra do que falei.


É tanto desespero
que o sono vai ligeiro
outro berço procurar.


Enquanto eu fico em solidão
rabiscando uma canção
pra sem medo eu cantar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

- Meias sem pés;

E o coração bate tanto que balança
ainda não sei como não se cansa
desse peso morto, pelo entorto, carregar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

- Quebra-cabeça ;

Queria me casar com você.
Numa tarde de chuva,
em que você usaria uma blusa xadrez e eu um vestido marcado.
No espaço de muitos abraços e festa de amigos, os nossos amigos.
Ir para casa preparar nossa comida preferida,
qualquer coisa entre os congelados na geladeira.
E o que acompanharia seria uma cerveja.
Usaríamos meias como sapato, escorregando até o nosso sofá.
Colocaríamos nossas músicas preferidas pra tocar,
discordando da maioria.
Assistiríamos qualquer bobeira na tv,
só pra despistar que o que eu gosto de olhar
na verdade é você.
Todo dia arrumar a cama e o armário no final,
tomar um banho e de cabelo molhado
achar que tua melhor roupa é o pijama,
e o melhor lugar do mundo é o teu lugar na cama.
Dividir o chocolate, o chá mate, o desparate.
Olhar você dormir, te pegar me olhando quando eu acordar.
Chorar sem motivo e gargalhar sem porque, mas com você.
Te descontar os meus problemas, meus dilemas
e ganhar de recompensa teu sorriso em forma de poema.

Eu queria.


domingo, 16 de janeiro de 2011

- cadeiras vazias;

Hoje o frio entrou pelo lugar que você deixou
E não havia cheiro de sono, sintoma de abandono
Que ocupasse com maior cuidado escrupuloso
O momento preenchido de solidão.

Faça me o favor
De quando voltar e for me abandonar
Se prestar a gentileza
De as luzes apagar, a ultima porta fechar, e a janela da cozinha trancar.

Que não reste nenhuma prece
E muito menos que um trago de cigarro onde o peito fortalece
Qualquer meio barato de entrar em descompasso
É valido, se você quiser.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

- telefone celular;

Há de avisar que ao outro lado ainda se planta vontade, mas que o desespero da saudade engole um drink a mais. E não degeneras, meu caro, desprezo saudável a quem lhe quer bem se não procurar outro alguém em quem se encontrar. Como se já não bastasse o pouco caso do sossego que me cria solitária em todas as noites, te pego em meu colo e brindamos o relento. Conto o tempo em cada assovio do vento.

- one awkward silence ;

E nessa canção de silencio solidão
danço o rock do teu samba criação,
reaverá em qual momento que tomei meu coração?

- It's been a hard day's night;

Na borda de um pandeiro
escorrendo nas cordas de uma viola
está a voz efusiva que atravessa a rua e a alma.

Tranquei as portas
mas pela janela vem o barulho da chuva no rio,
e faz frio.

Eu caminho em passos desajeitados
soluções de um bordão gritado em porta de bar,
alimenta a tortura que tua ausência criará.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

- amarelo;

Não transparecer,
o quanto eu fico transparente quando penso em você.
Não exaltar,
o quanto a alma fica efusiva ao se lembrar.
Não controlar,
o desejo submisso de te guardar num lugar só meu.
Não errar,
enquanto faço tudo certo para te afastar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

- papeis em um copo;

Tempo não define importância de nada.
Intensidade não se constrói com período pré-estabelecido.
Acontece e te domina, e com o tempo ela fortalece ou desaparece.

Acreditei em coisas de ontem que semana passada não fariam sentido.
Em poucos dias, em poucas pessoas, construí um abrigo.
Onde ventou e choveu, mas tempestade nenhuma destruiu.

E agora que o tempo pode ser justificativa,
Eu não preciso de nada que me habilite crer no que sinto.
Foi-se nó, dito que não minto.

Dar fé ao que se tem
Ao deixar de esperar quem já não vem.