terça-feira, 31 de março de 2009


Did you know? Did you know? 
It was love from the first time we touched ! (8)

- escovas ou meias;

Desejei um cigarro, na falta cocei a nuca olhando o nada mesmo. To sentindo o cheiro da chuva e esperando o finzinho da tarde entrar pela janela, me agrada esse clima enquanto espero você chegar. Eu já sei de cor como você faz, como vem andando brigando com o vento no cabelo, pára no portão e grita meu nome, meio com pressa, meio com sono, meio com vergonha e meio com desejo. Eu daqui de dentro faço mil trejeitos e corro pro espelho pra conferir se estou com o short que você gosta e o cabelo que você detesta, que é pra você ter um pretexto pra arrumar. É, você sabe que eu gosto bastante da sua forma de mexer no meu cabelo, costumo pegar no sono quando você começa, sono leve, do qual acordo de repente com você sorrindo pra mim. Ai, como eu gosto da sua forma de sorrir pra mim, e vez ou outra da vontade de parar o tempo, como fotografia, nesse seu sorrisinho sacana
O telefone nem tocou, mas eu sei que você vem. É sempre assim, a gente briga por essa ou aquela bobeira e você vem, correndo, pra dizer que eu to errada! Mas nem da tempo de dizer, quando eu abro o portão e você inclina a cabeça pra me olhar, querendo me encher de culpa, mal sabe que fazendo isso só me faz transbordar afeto. Você nem faz ideia das mil borboletas que sinto aqui no estômago quando eu abro o portão, e só tem uma forma delas se aquietarem, só uma! Sabe qual é ? Claro que sabe, você sempre faz . . . aquele seu jeito, de não deixar o abraço terminar quando eu recuo e fala baixinho, o que quer que seja, aqui no meu ouvido. Pronto, não tem mais borboleta, a não ser a do teu sorriso. O sorriso que diz ' ei sua tonta me beija logo ' . E eu beijo, e parece que todas as borboletas criaram casulos, tiveram filhos e se espalharam por todo o meu corpo! Mas Deus do Céu, me conta como você é capaz?!!
Ah, por falar nos filhos das borboletas, eu as vezes me pego pensando nos meus. Meus e só meus, porque você não quer filhos. E que triste isso ! Eu havia pensado nos nomes e na cor da cerca da casa, branca é claro. E também tinha pensado nos cães, o tamanho, o nome e como correriam pelo quintal junto com as crianças. Mas tudo bem, por você reformulo meus planos, refaço, costuro com os botões que você preferir. Quem sabe um dia em meio ao seu painelzinho de fotos desbotadas estejam duas crianças com meus olhos, quem sabe. 
Na outrora não sou eu que mando, alias, não mando em nada. Nem nesse maldito músculo que pula freneticamente descontrolado quando escuta os seus passos se aproximando do portão. Acho que você está chegando, e eu ainda posso me lembrar de quando chegou pela primeira vez.
Mas essa história fica pra um outro dia, sentada na varanda vendo outra tarde se acabar. Hoje nem dá mais tempo, seu cheiro chegou na minha janela e eu preciso ir correndo pro espelho me despentear.

- mais de um dia;

Dia nublado e ta tocando um blues antigo, 
aquele te fez entrar na dança da derrota!
Ao menos você sabe agora que não vive longe de mim,
demorou, mas aprendeu que eu não quero desistir.
E se ontem, ali no portão eu me rendia a libido frágil
da sua esperteza de saber onde eu gosto e como eu gosto
hoje sobrou um coração partido observando um copo vazio . . .
e o calor do seu abraço que voltou, sim, voltou
depois de mil voltas, mil milhas que andei por aí
encontrando um novo você em sorrisos com sotaques diferentes
é, essa coisa que é da gente ninguém tira
ta vendo aqui, como brilha mais quando brilha pra você?

ilusão.
mas quem liga pro nome que se dá quando é coisa do coração!

segunda-feira, 30 de março de 2009

- demode ;

como se fosse um cristal frágil, tudo se partiu em mil pedaços, tudo!
e eu que só quis te proteger desse mundo lá fora
acabei foi errando demais com alguem que só quer voar
feito passarinho, feito borboleta, feito liberdade.
pois bem, cá estamos
você livre e eu indo dormir consolada nas canções que voce prefere ouvir.


eu dou adeus às luzes da cidade.

sábado, 28 de março de 2009

- madrugada;

e se eu me apaixonar
pode ser do acaso relevar
pode ser do vento dor do tempo
e se a chuva, simpatia, não lavar essa alegria
eu te levo pro aconchego.

sexta-feira, 27 de março de 2009

- noite amarela ;

Chamei o garçom e pedi que completasse o meu copo com a dose mais forte, alguma que afligisse minha língua, ardesse meus olhos e descesse queimando, tirando, limpando, secando seu gosto em mim.
Eu me lembro, eu falei :
' seu garçom, nem o bom e velho rock me entende mais '
E o olhar dele me consolou por dois segundos, os mais longos da minha vida. Um olhar calado, que disse tudo e eu não ouvi nada, minha preocupação era com o ultimo cigarro e o próximo abraço.
Tomei gim, traguei duas vezes e me esqueci do garçom que também não se lembraria de mim em breve, sentei onde eu podia observar a porta e fiquei esperando quem ia comigo pelo resto da noite, entre canções e paixões, esperar o sol chegar.

- mordiscar;

sobre a insanidade possessiva que te pressiona
loucura indesejada, programada
te assusta quando estou assustada?


- da boca ;

o relógio acaba de brindar três da manhã com aquela que costumava ser a nossa canção, 
e esta frio aqui nesse lugar em que eu sei o que te assusta
onde sei o que você acaba preferindo
o lugar que eu insisto em chamar de meu, que insisto querer fazer nosso

ei, vem
deixa eu te trazer pra onde ainda acredito em algo alem da vulnerabilidade das palavras repetidas
eu prometo ser muito mais do que um dia alguém sonhou que seriamos
eu prometo que posso ser o que você precisa

fecha os olhos e lembra da estação que tinha nosso nome
que guardou muito mais que nosso cheiro
foi depois que as folhas caíram
levando junto suas roupas e sua pureza.

eu ainda me lembro do que você jamais soube.

- diamantes ;

Goiás tem o céu do azul mais profundo que eu já vi, mas que saudade do seu olho cor de piscina reprovando minhas tentativas de sobreviver cada noite. Eram neles que eu mergulhava, com a garantia de que mesmo longe da borda eu estaria segura. Vai saber se não bati as pernas rápido demais e agora a agua me levou pra onde sua mão já não vai mais me buscar caso o pé desencontre o chão.

aprendi a nadar.
mas o medo do escuro vai me afogar.


sobre o sabor do sorriso que eu nem lembro mais,
levou a minha paz . . . 



me leva de volta, papai?

- F5

atalho no teclado pra atualizar uma resposta que não vem, 
e que nem se faz necessária que no fundo eu sei bem 
que quaisquer que sejam as palavras sequer vão ser de verdade.




me acostumei a pegar no sono esperando você ligar,
acabou a bateria
acabou a paciência
acabou a calmaria
acabou eu e você.


ultima vez, apertei o botão
e não tive resposta.


desliguei.

quinta-feira, 26 de março de 2009

- hey rockers

Quando eu fui embora não foi sabendo que veria o reflexo de calças coloridas tão mais largas e olheiras ainda mais fundas que essas que a genética presenteou. Que seria de dor, nas costas, pernas e coração, que eu me queixaria em silencio. Viria insónia cheia de cansaço, fadiga. Viria o gosto de amigos da padaria da esquina, alivio imediato temporário.
E agora eu que já não sei mais do gosto frio dos primeiros raios de sol matutino e nem me preocupo se chove e molha a saída de asfalto, fico sentindo o chão gelado pra ver se encontro algo semelhante a partida pra não ter onde chegar. Insegurança paralisante que impulsiona mil atos de desespero carente, talvez, quem sabe, cale a saudade. Sonhar acordada não vai me levar a lugar nenhum, a não ser estacar no meio do caminho dessa juventude de cabelos desgrenhados e ideias desleais, diferentes do que eu quero e espero, mas completa e mecanicamente iguais ao que eu sou e o que me agrada ser.
O que importa agora é esquecer o medo e a solidão. Correr. Onde estão seus objetivos e ideais? Nem tudo é ilusão, e quem sabe nesses próximos dias ensolarados eu acorde com vontade de me pentear e ler um livro outra vez. Mas por enquanto eu quero a paz de uma guitarra, uma garrafa, algum desleixo vaidoso e coraçoes partidos. 
É, eu so tenho dezenove anos e não sei porque deveria querer me preocupar! 

- lealdade ;

de súbito se fez em mim amor
na velocidade da luz partiu ingenuidade
e na força abstrata que em tudo criou apaguei teu nome.









apaguei?

- permito;

vou dar um passo pra trás buscando seguir em frente.
não ligo de pegar o caminho errado
se for sua mão que estiver me guiando
não mesmo, não mais.








segure firme esta noite.

quarta-feira, 25 de março de 2009

- escuro ;

dia longo, cheio
mais cheio que o onibus em que eu estava e vi ela entrando.
veio segurando firme, 
isso com a firmeza que lhe cabia tantos anos depois,
nos apoios de cada lugar ocupado.
eu levantei, cedi o meu,
mecanicamente, num primeiro instante.
nem olhei pra ela, só sai e continuei perdida na musica que tocava.
numa fraçao de segundos sua mão roçou a minha
e eu virei o olhar, enfim, reparando o tempo.
existiam rugas e lutas
que me instigaram sobre seu rosto
mais meio segundo depois eu a assitia sorrir um agradecimento
e soava tão jovial
que me envergonhei de me sentir tão cansada,
eu que mal alcançava a cordinha do onibus
que nao sabia da vida o que cada veia velha dela gritava.

e no sorriso gasto
eu pude escutar suas pantufas pela casa outa vez
esperando que eu deixasse de sair, por uma noite que fosse,
pra dançar com você.
e lembrar do seu sorriso
me fez fechar o olho e deixar molhar
a bochecha da sua neta mais velha
que sentiu sua falta e voou pra longe
pra te achar numa dessas velinhas que ganham nossa ternura
so no olhar pesado
de quem ja sabe tudo quee eu ainda vou ter que enfrentar.

senti sua falta, vovó maria
hoje mais que tudo, eu senti sua falta
vai escolhendo uma musica bem boa no céu
pro dia que eu chegar a gente poder dançar duas vezes sem parar
ou até três, quem sabe(L'

- antigamente ;

quando meu segredo de amor 
já não se faz mais tão secreto
eu surpreendo-me a questionar
por que
em meio a tantas pessoas que existem nesse mundo
em meio a tantas pessoas que eu poderia ter amado
eu fui, num acaso, me apaixonar
justamente
por aquela que eu estava destinada a perder.

- quarta - feira

metade da semana, tarde de sol :

alguem dorme na rede com o som dos passarinhos  
e o meu sono sente inveja
tenho tarefas, tenho compromissos.

e tenho cinco trocados no bolso e um telefone na mão

me liga, diz que ta vindo
e eu troco vinte novos amigos de uma cartela toxica
por um dvd, sorvete e colo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

- tempestade ;

brilhou o relâmpago, calado, ali na janela
muitos anos atrás meu pai me ensinou a contar
quantos segundos se passam entre sua luz e o barulho
pra saber onde ele caiu.
parece que não caiu.

vou contar os segundos que passam
desde a ultima vez que brilhou no seu olho meu nome
e se fez barulho o que até então era inominável.
isso eu sei que caiu longe, bem distante pra buscar
nossos segundo viraram meses . . . 


cadê o som?
alem de todas as canções onde vejo você?


desligo o radio que é pra não queimar, 
paro o som que é pra não lembrar


mas a luz ainda brilha.

- choveu ;

queima, arde, me tira o sono que sequer existe
é amor e eu ja cansei de me negar
vou deixar quem quiser saber, vou contar pra você.

e se eu te deixar escolher o lado da cama 
será que você volta a fazer parte das minhas noites?


voltei, mas não foi pra ficar.
ainda prefiro dormir sem as meias 
mas agora do lado mais perto da porta.

sábado, 21 de março de 2009

- como for ;





se quebrou, partiu
partiu de mim e eu nem me despedi.






eu bem que te avisei que era ilusão
eu bem que te falei mesmo sem ter razão.
tudo ou nada, não
tudo ou nada, então.

quinta-feira, 19 de março de 2009

- pupila ;

se eu respirar de perto e suspeitar que é amor,
quem sabe eu sequer me engane, quem sabe eu ame.
vai saber do tempo ou coisa que o valha
o que eu sei é da vontade
que não passa, que alastra
que domina e me rebaixa.

em qualquer outrora eu me envergonharia
beberia e na loucura me perderia num outro lábio qualquer,
mas no instante que cresce agora só me faço a desejar você
na outra ponta do sofá
e na sombra vazia da cama


a voz dele cantando na varanda
e a sua na minha alma
a nossa, essa me manda esperar
e eu obedeço, feito cachorrinho domado,
to te esperando, no portão
e aqui fico sentada, o tempo que for


mas uma hora qualquer, numa estação qualquer 
. . . 

quarta-feira, 18 de março de 2009

- vai mudar ;

e toda vez que você me nota
me abraçando apertado
e me dizendo coisas doces
eu não acredito que você
estaria sendo sincero e falando a verdade
meus pés estão livres e eu estou partindo
eu não vou ficar aqui me sentindo sozinha
mas eu não me arrependo
e eu não acho que isso foi só uma perda de tempo



apenas não me deixe esperando
apenas não me deixe esperando




agora foi a minha preferida, preferida.

terça-feira, 17 de março de 2009

- silêncio de borboleta;

T.H. White disse:
Talvez nós entregamos o melhor dos nossos corações  para aqueles que raramente pensam em nós
Talvez nós entregamos nossos corações às pessoas que mais nos farão sofrer.

E agora o que eu digo ?
eu agradeço, só
por não me contar de um novo amor
não ia suportar saber que você deseja ser de outro alguém
como só eu sou sua.

e o que ainda resta pra ser dito está guardado no seu coração.

- grão de arroz ;

seu nome mente em meu peito, sobe pra mente e me faz
incondicionalmente, indiscutivelmente, inegavelmente, inconscientemente
completamente, e ênfase no completamente,
irresitivelmente, alucinadamente, inconformadamente








apaixonada por você.






mas é que infelizmente não é suficiente.










- mesmo na hora de acordar ;

ta gelado, e ta pequeno
como sempre fica quando se trata de você
ta apertado, ta magoado, ta assustado
mas ta batendo e não vai parar só porque aconteceu mais uma vez.
aconteceu de saber que você quer entrar em algum sonho, em algum lugar
que não é o que eu te levo todos os dias
aconteceu de novo de não acontecer, pra você.

dos dias corridos que não correm pra me levar até você
das noites que não trazem sono seguro
da promessa quebrada quando eu hoje só consegui chegar até sua caixa postal
e olha que ainda nem tinha chegado perto das três da manha.
mas a saudade bateu forte mais rápido, me quebrou, desandou

e sentimos as mesmas coisas, e queremos as mesmas coisas
eu com você, você com alguém
e que alguém saiba querer as mesmas coisas com você
que não deve saber como dói querer sozinha.


e pensar que era pra você que eu ia contar que não tinha mais como, 
que só podia se tratar do tal amor o jeito de ter você em mim,
mas querer que você se tornasse tudo
é querer demais de algo que não passa de um sonho.








- bobagem ;

O plágio embriagado de solidão cantou ao mundo seu coração sozinho, que batia e batia em todas as manhãs cinzentas que invadiam a janela com a brisa do beijo que nunca mais sentiu. E se revirava no canto da sala, no escuro que restava, em meio ao abraço que partiu. Eram doces as lembranças, mas amargava a falta. Perguntou porque quis, e o medo paralisava a espera da resposta que não chegava. Apagava as luzes, a cama tinha o cheiro de quem nunca ali esteve, aquela alma que perfumava cada minuto do dia, que sufocava e não deixava respirar. Embolava na garganta, parecia engatar um nó. Nó se faz e desfaz, cada vez que o tempo passa e você vai, cada vez que o tempo passa e você volta. E nessa lacuna de desencontros casuais, confessar da parte que você não entende é buscar ternura num vazio imenso de indecisão. Ou medo. 
Só guarde o querer verdadeiro, e venha trazer a reciprocidade que houver. Deixe que uma mão segure a outra e pare de se ocupar na tentativa de arrancar um coração. Escute o que for desejo, pratique o que for verdade e se aconchegue aqui no colo que não se cansa de esperar. Os olhos se fecharam cansados de buscar em cada rosto seu sorriso, é que se não for do seu lábio não tem graça o que vier. A lembrança do toque faz esvair a tristeza suave que agora presenteia o zelo disposto a lhe guiar. Esse tal de amor continua se fazendo de tolo.


- tijolinhos amarelos ;

não me peça pra jurar amor tão cedo, 
isso é algo com que eu não sei brincar e nem quero aprender.
mas eu prometo
em meio a esse arrepio frio que me invade 
quando escuto seu nome
que se você deixar, se você ao menos tentar deixar,
eu posso conseguir abafar essa paixão que dói de saudade
e te doar o amor mais puro e seguro.




deixa estar, deixa o amor chegar
deixa ele ficar e crescer, deixa ser.

segunda-feira, 16 de março de 2009

- da-me um desejo ;

Hoje quando alguem questionou a presença de estrelas no céu eu busquei duas: uma pra provar que elas estavam ali, em algum lugar, e a outra pra me permitir um pedido, simpatias daquelas que você não sabe onde ou com quem aprendeu, mas volta e meia se pega praticando.
Então eu entreguei a estrela do menino e se eu te beijar hoje já vai ser sentindo saudade por amanhã, né estrela?


- toca telefone?





"For what it's worth, 
darling dear, 
I wish you were here cause I feel alone When you were home we'd sing but since you've left I don't hear anything Though I feel so sad, 
I can't believe things are really that bad"





tocou, e não era você.

- que seja acaso ;

o céu aqui tem uma mania diferente de adotar cores doces e aconchegantes nas horas que encerram os dias, independente do que se marque no relógio e do que se guarde no peito, o céu aqui se colore pra te abraçar. 
me abraçou quando uma da manhã, uma lata de cerveja, um cigarro e a voz do outro lado da linha do telefone que demorou demais para chegar escutava eu me desculpar por praticar o desapego.



o céu aqui brilha limpo, também,
nem uma nuvem, daquelas que se escondem nas beiras das montanhas do meu lugar, chamando pra um passeio de algodão bem alto, longe de tudo. aqui brilha, forte e quente, o dia todo e quase todo dia. e ao meio dia seu verbo preferido se conjuga, o dia todo e quase todos os dias eu queria conseguir.



mas quando o sol esconder e o céu não brilhar
você sabe que eu vou estar aqui, vou esperar o tempo que for.
abstraindo dois tempos, dois nomes, e a insegurança que um dia me acompanhou
eu me entrego ao que vier como consequência
desejando que seja a segurança do seu abraço.



domingo, 15 de março de 2009

- deu meia - noite ;

duas cervejas, um cigarro, cinco saudades :
dela, de nós, de pais, de paz, de minas gerais.

- usados ;

quem me dera que todos os conselhos coubessem no meu bolso, 
fossem leves como plumas e ficassem confortáveis 
como um par de all star velhos, daqueles que sempre servem,
daqueles que mesmo sujos, sempre combinam com tudo
e que mesmo que não seja a forma mais bonita de se pisar na rua
é com eles que você atravessa na faixa, segura
e chega ao outro lado pra comprar um tenis novo.

- muda de nome ;

Cronica pra namorar era o nome do texto que aqui seguia enquanto eu esperava alguma reciprocidade ao que agoniou o dia todo a palma da minha mão. Sim, a palma da mão que nervosa se aperta no suor gelado de saudade, e de vontade, do que ficou no instante de um passado recente. Tão recente que ainda tenho o gosto daquilo que jurei poder fazer meu, daquilo em que insisto cada dia acreditar, daquilo que eu acordo querendo buscar e nunca mais deixar ir. Mas eu nunca consigo guardar num lugar seguro e você sempre atravessa a rua de volta, pra seguir um caminho que eu não posso acompanhar. Mas a reciprocidade não brilhou e a minha noite se apaga calada, sozinha e de leve, só se deixando mudar, assim como o nome do texto e o mesmo que aqui se faz desabafo de uma decepção.

- era pra ser segredo ;


pelo instante que passou, ficou saudade
bateu, espancou, chegou e assutou.
se alojou . . .
eu corri bem rápido, me escondi e despistei
mas nao deu mais
sendo pra sempre, sendo momento
eu quero que seja você que sinta igual o dia seguinte.

sábado, 14 de março de 2009

- rosa azul de algodão

a primeira estação está acabando,
senta aqui, vamos ver o verão passar
vamos ver novas aves chegando com a brisa do outono
o céu muda de cor, deixa mudar
só não muda de mim, 
por mais que eu saiba onde eu não sei mais como buscar.

- resposta ;

se você vier comigo aí nós vamos adiante.

sexta-feira, 13 de março de 2009

- folego ;

Vai saber que nome dá a isso que vem a mim vezenquando, criando contraste de tudo que há pra nós. Sim amigo, eu sou assim, e não adianta querer mudar as coisas agora, falta pouco. Pouco . . . pouco a mim, pouco em nós, pouco ficou. Repita várias vezes ' pouco pouco pouco ', soa estranho ? As vezes eu me perco nas palavras, as vezes as palavras se perdem em mim, e no pouco que restou eu perdi o pouco que doei. E vai saber do muito que se tem, vai saber ! Sabe-se, no agora de outrora, que nada aqui se mantem, e o muito que se ganha muito se perde, muito se vai. Foi, foi embora e não me levou, não quis me levar. Muito pouco. Fugiu de mim, correu sem nada, deixou prá trás comigo, e só comigo, o muito que ainda se tinha por perder. Ou não, não é mesmo necessario perder, eu não perdi. Guardei. Tem o cheiro dos dias que não passam, alcool e fumaça. Tem as marcas das tentativas avulsas de jogar na lixeirinha no canto do quarto. Mas vezenquando vem, vezenquando vai, e toda hora de escuro, de frio e de medo eu me lembro ainda mais.

- pregos ;

e então 
o que restava além da amizade com a carteira de cigarros 
e o copo de cerveja 
era a voz do outro lado da linha dizendo que embriagues não curava tristeza,
meio uma rima, meio uma duvida
todo o conselho doído do colo que eu não tenho mais.






ah pai, que falta você me faz.

- elogio ;

as calças laranja do meu pijama favorito
um par de pés 
acomodado num par de meias coloridas
um cabelo desgrenhado
uma camiseta velha com uma mensagem qualquer.
a caneca, que nem é a favorita, cheia de café,
vai vagando, vai sem sono, vai madrugada!

já é mais sábado que sexta de fato,
o ddd 32 já brilhou duas vezes
e eu já o disquei outras três.
mais uma dia, menos um dia.

onde eu guardo essa demora
esse nunca pro nunca mais?

guardei em mim, 
guardei em tudo, 
guardei tudo, 
guardei nós.


mas quem somos nós, 
e até onde é que nós vamos?


um travesseiro e um edredon
no sofá, sabe, tem visita
um ipod com suas canções preferidas
tem as minhas e as dos dias também.
computador ligado, relógio errado.

só sei é que são três horas da manhã
e a casa vazia e calada não me deixa deixar de querer.

- mês passado ;

o amor acontece.
e as vezes ele dorme apertadinho com você
mas acorda bem distante na ponta da cama,
quem sabe até vá dormir no sofá na próxima noite,
só que quando o amor acontece
vez ou outra ele volta a deitar tão perto
que a respiração é só uma, o corpo é só um
e dividir o edredon é só consequencia da saudade.


quinta-feira, 12 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

- notas de papel e de alma ;

estou indo dormir.

faz alguns dias que não existe mais insonia,
a não ser aquela de preocupação com tempo e dinheiro.
o tipo de situação que eu via tirar o sono das pessoas mais velhas que eu,
com filhos pra criar etc e tal.

de uma hora pra outra com dois passos maoires 
que as perninhas adolescentes
eu comecei a ter essas preocupações, cresci.

estou indo dormir com o peso de mais um dia,
às contas, o desemprego, o trabalho da faculdade e a saudade de casa,
ali no meu escurinho vazio,
onde o acalento que me traz o sono e a razão é você.

boa noite.

segunda-feira, 9 de março de 2009

- oito entre parênteses ;

And what can you do 
With a girl, 
if she refuses to be mine?







da sua preferida, preferida.

- aplicada ;

minha boca está seca, meus braços formigando
meus olhos se fecham mas continuam abertos, os cílios se tocam
mas eu ainda estou bem acordada
flutuando e sentindo todas as ondas que passam no ar
a respiraçao é alta, muito alta
mas não é som algum, é aquilo que passa
uma dor, uma coceirinha de cor laranja
sem gosto

eu fui ver suas fotos, faz dois minutos
mas não tinham fotos lá, não as que eu queria encontrar.
se eu fechar os olhos, na verdade, não possuo a imagem
o toque, vagamente, o suficiente.
é que na verdade eu fecho os olhos e nem vejo mais, eu sinto.
que quando parece que tudo ja se quebrou pra sempre
minhas pernas ainda tremem esperando você chegar,
e minha mão ainda gela se você chegar.

é que se faz do tipo bonito de sentir :
daquele que dá saudade antes mesmo de acabar de despedir,
que só de olhar dá vontade de sorrir,
que quando encosta a cabeça cansada num canto qualquer 
aperta o olho e o dedo do pé de vontade,
do tipo que toda música faz cantar, e qualquer dança pode lembrar,
do tipo que faz abrir a geladeira de cinco em cinco minutos 
se não aparecer na próxima meia hora,
meio assim responsável por eu não saber do que o professor falou hoje.

metade do pacote de pipoca entornou
parece que elas estão vindo pra mim agora, 
é da doce
daquele pacote vermelho
a que minha melhor amiga comprava, eu preferia a azul
naquele tempo do colégio, que saudade.

e você, que ainda esta no colégio
e que vontade a minha de te buscar na saída todas as manhãs
ver você no meio de toda aquela gente, e fingir que não
só pra esperar você me achar, achou.

atravessa a rua, me abraça
mas dessa vez não me solta nunca mais.

quinta-feira, 5 de março de 2009

- direção ;

quando eu me sinto perdida 
passo grande parte do tempo me buscando onde eu queria estar,
nessas frases que você perde pelo assoalho, 
nas verdades e nas mentiras que não me pertecem
mas nas quais vez ou outra eu coloco meu nome,
eu coloco meus olhos e nos coloco.
penso que pode ser o que você quer deixar subentendido pra alguem
que talvez não exista, que talvez não te queira, que talvez não esteja presente
ou que talvez seja eu.

e é nessas que eu me escondo
com medo de descobrir o errado, ou o que estanque de vez
mas ainda há tempo pra você.

busque.

quarta-feira, 4 de março de 2009

- ante refrão

eu tive, eu amo
e nem perdi ainda
porque eu vejo e desejo
sabendo que ainda posso voltar atrás.

inútil a tentativa de deixar pra trás 
e esquecer a falta que é só você que me faz.

e a dor sobre saber que a gente não foi
que eu não fui
fica no passado!

porque não seria novidade nenhuma eu discordar.

não vou deixar você fugir de novo pra longe de mim.


- simplicidade ;

eu tenho sentido sua falta.
agora assim, sem rodeios ou palavras dificies
sem coisas bem escritas que ficam bonitas de se ler.
só isso, de mim, pra você
como sempre foi, e como pelo que tenho visto continuará sendo:
eu tenho sentido sua falta.


terça-feira, 3 de março de 2009

- a cada minuto ;

é que as vezes a gente tenta tentar.
e nessa frustrada maneira de convencer a si próprio de que a tentativa pode não ser falha
surge a ingrata recíproca de que nunca se deveria ter ao menos pensado em tentar.
a resposta é gélida,
sufoca e compromete a ambição de criar um novo rumo,
ignora a fração de certeza que eu preferia manter.

coração grita calado
quando eu sei que você escuta, 
quando eu sei que você deseja, 
quando eu sei que você se lembra, 
quando eu sei que você espera, 
quando eu sei que nada do que eu possa saber faz você ser.

segunda-feira, 2 de março de 2009

- enorme;




incrivel o poder de cura que me traz (L)




- que seja a cor ;

escute a cançao das luzes da cidade
isso se voce puder, é claro, sufocar o som da saudade.
creio que possa, 
creio que camufle, 
disfarce . . . 

escutou?
viu como a cidade é um oceano e meu coraçao partido uma ilha?
e como no mar imenso de solidão que me cerca quem naufragou foi você?
por mais que eu tentasse te trazer e te mostrar a praia,
por mais que daqui a vista fosse mais bonita, mais segura,
foi em meio as ondas sem rumo que voce preferiu habitar.
mergulhar.

e não sou eu quem vai, contigo, seguir os postes amarelos
esses que dão um tom de aconchego a cada noite na metropole.
ficarei da minha praia, sentindo falta do seu ar que me faz viver.

domingo, 1 de março de 2009

- roll

o céu tava bonito, umas poucas nuvens desenhadinhas
outras estrelas espalhadinhas e pra uma delas eu tinha acabado de pedir
que fosse uma noite nossa.
é, eu tava ali conversando com as estrelas enquanto você
desmanchava de tão perto cada palavra rasgada na noite anterior, 
sem estrelas.