terça-feira, 17 de março de 2009

- bobagem ;

O plágio embriagado de solidão cantou ao mundo seu coração sozinho, que batia e batia em todas as manhãs cinzentas que invadiam a janela com a brisa do beijo que nunca mais sentiu. E se revirava no canto da sala, no escuro que restava, em meio ao abraço que partiu. Eram doces as lembranças, mas amargava a falta. Perguntou porque quis, e o medo paralisava a espera da resposta que não chegava. Apagava as luzes, a cama tinha o cheiro de quem nunca ali esteve, aquela alma que perfumava cada minuto do dia, que sufocava e não deixava respirar. Embolava na garganta, parecia engatar um nó. Nó se faz e desfaz, cada vez que o tempo passa e você vai, cada vez que o tempo passa e você volta. E nessa lacuna de desencontros casuais, confessar da parte que você não entende é buscar ternura num vazio imenso de indecisão. Ou medo. 
Só guarde o querer verdadeiro, e venha trazer a reciprocidade que houver. Deixe que uma mão segure a outra e pare de se ocupar na tentativa de arrancar um coração. Escute o que for desejo, pratique o que for verdade e se aconchegue aqui no colo que não se cansa de esperar. Os olhos se fecharam cansados de buscar em cada rosto seu sorriso, é que se não for do seu lábio não tem graça o que vier. A lembrança do toque faz esvair a tristeza suave que agora presenteia o zelo disposto a lhe guiar. Esse tal de amor continua se fazendo de tolo.


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