segunda-feira, 9 de março de 2009

- aplicada ;

minha boca está seca, meus braços formigando
meus olhos se fecham mas continuam abertos, os cílios se tocam
mas eu ainda estou bem acordada
flutuando e sentindo todas as ondas que passam no ar
a respiraçao é alta, muito alta
mas não é som algum, é aquilo que passa
uma dor, uma coceirinha de cor laranja
sem gosto

eu fui ver suas fotos, faz dois minutos
mas não tinham fotos lá, não as que eu queria encontrar.
se eu fechar os olhos, na verdade, não possuo a imagem
o toque, vagamente, o suficiente.
é que na verdade eu fecho os olhos e nem vejo mais, eu sinto.
que quando parece que tudo ja se quebrou pra sempre
minhas pernas ainda tremem esperando você chegar,
e minha mão ainda gela se você chegar.

é que se faz do tipo bonito de sentir :
daquele que dá saudade antes mesmo de acabar de despedir,
que só de olhar dá vontade de sorrir,
que quando encosta a cabeça cansada num canto qualquer 
aperta o olho e o dedo do pé de vontade,
do tipo que toda música faz cantar, e qualquer dança pode lembrar,
do tipo que faz abrir a geladeira de cinco em cinco minutos 
se não aparecer na próxima meia hora,
meio assim responsável por eu não saber do que o professor falou hoje.

metade do pacote de pipoca entornou
parece que elas estão vindo pra mim agora, 
é da doce
daquele pacote vermelho
a que minha melhor amiga comprava, eu preferia a azul
naquele tempo do colégio, que saudade.

e você, que ainda esta no colégio
e que vontade a minha de te buscar na saída todas as manhãs
ver você no meio de toda aquela gente, e fingir que não
só pra esperar você me achar, achou.

atravessa a rua, me abraça
mas dessa vez não me solta nunca mais.

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