quinta-feira, 16 de abril de 2009

- um tanto quanto abstinência;

No maior auge eu poderia falar sobre tempo, ou sobre cabelos, ou sobre os dois. Mas as voltas sem fim, de um lado pro outro da cama, em busca de um sono que não vem, me trazem palavras certas sobre como meu colo tem exatamente o tamanho do seu amor. Como ambos se encaixam e se calam à espera de respostas claras que inibam a tortura que é a distancia. 
São caixas de presentes vazias de futuros, sem laços de fitas coloridas, sem traços. Muito além do sofá, do colchão maltrapilho, da cama pequena, ficaram as pontas dos dedos sobre a mesa: eram primeiros contatos do ultimo indicio, uma paixoneta. E não me questione sobre onde guardei felicidade, sozinha sai pra buscar um punhado de atenção, qualquer acalento sincero pra um coração estagnado no tempo de chorar magoas. 
Pras cucuias os dias que doeram, cresci melodia, letra e canção. Agora em verso e prosa eu afirmo, estou exatamente onde eu queria estar. Ainda me falta sua alegria, mas se a tantos falta tanta coisa, hei de me contentar com o que sei foi fazer memoria em peito enamorado de solidão. Poeta se faz de punição e em mim prevalece o fim da oferta.

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